Sunday, December 16, 2007

Pink Floyd - Wish You Were Here

Quando por entre os suaves acordes de uma guitarra distingui a tua alma perfeita...insatifeita na sua perfeição.

De uma bruma esquecida...


De uma bruma esquecida surgiste tu... não sei quem és nem porque me raptaste da escuridão. Não sei que fizeste para abrir as válvulas empoeiradas da minha concha mas abriste-a na névoa inconsciente do meu ser e penetraste temerário.


Queria perceber... entender o que fizeste... perceber... palavra tão estranha e inconclusiva às vezes, porque ninguém percebe... mas tu consegue-lo qual milagre do infinito.


Infinitamente maior é o canal de sentidos que nos envolve... a brisa de um sentido estranho obscuro que me faz sentir nova...plena, renovada.


Queria saber fazer-te sentir isto e tudo o que consigo nada mais são que palavras atabalhoadas de um ser precoce, inconsciente, inseguro.


A ti te deixo esta mensagem ou reencarnação fascinante de um sentimento juvenil, fértil... sagrado.


Shay

Monday, October 15, 2007

Liberdade

Liberdade... palavra estranha, confusa, ambígua. Será nada mais do que uma prisão dourada dos novos tempos que apregoamos ter só porque vivemos num estado de direito? Ou antes o verdadeiro sentimento porque Wallace ou qualquer outro guerreiro ficcionário, ou não, gritaram no momento derradeiro. Estaremos nós condenados a respeitar a liberdade dos outros renegando a nossa, ou precisamos desse sentimento de respeito para vivermos em paz com a nossa prisão emocional.


Parece perfeito, idílico, aquele momento em que alguém ganha a coragem perfeita para dizer basta e berrar ao vazio a sua emancipação. Brilham-nos os olhos ao ouvir histórias dos nossos pais que ainda tão recentemente sofreram a opressão dum regime ditatorial, mas não será uma ilusão, apenas um mero conceito que nos impede de alcançarmos o ser grandioso e pleno que todos podemos ser.


Tudo o que quero dizer é que de facto temos essa Liberdade que os nossos antepassados almejaram, mas todos os dias A envorgonhamos, A manchamos com o nosso medo de mostrar ao mundo quem realmente somos. O facto de não termos nenhuma batalha grandiosa a travar, faz de nós a cada dia que passa seres medrosos, desrespeitadores. A falta de provação dos tempos modernos faz de nós piores pessoas.


E aqui fica o meu testemunho ao mundo. Recuso-me a ser esse carneiro medonho que apenas aspira a lamber as botas do patrão ou a calar-se com medo de desagradar alguém.. Chega de gaiolas. Serei apenas mas sempre EU!!!!

Sunday, October 14, 2007

Muito Mais Que Sangue




Procuro o que sinto.



Procuro o que olho mas nao vejo.



E dentro do meu peito



Soa um arpejo,



Flauta inconstante



De um sonho vibrante.






Quem és tu?



Tu, Ó irmã nas sombras



Escondida, Protectora.



Procuro-te no mar ondeante



E na luz da aurora,



Fonte de santidade,



Sinto a tua proximidade!






E se não bastasse a



Tua imagem cristalina,



A tua voz doce, inocente, criança



De areia suave, divina,



Lembra-me sangue para sempre inexistente



Na nossa irmandade sempre presente...


Obrigado minha amiga, minha irmã para sempre...


Shay

Friday, October 12, 2007

Enigma

O porquê de um simples titulo...

Saturday, September 8, 2007

Mensagens...


E se de facto existisses... se não fosses apenas o reflexo atormentado de um desejo esquecido, uma quimera monstruosa.

Procuro entre as minhas vestes pesadas e ali te deitas, ò dor pecaminosa, no meu peito arfante. Já não existe retorno, apenas escuridão. Grito e o meu eco é devolvido sob a forma de uma bela senhora: "Porque choras Christine?"

"Porque a batalha começou, porque chegou o dia que eu tanto temia... porque agora não tenho mais para onde fugir. Estou prisioneira da minha própria ratoeira...Morta sem ter vivido"

"A Morte não é um fim..."

"Mas também não é o inicio... e eu... eu estou cansada de calcorrear caminhos infindos..."

"Não é a Morte que tu receias... receias sim a Vida e aquilo que ela te pode trazer. Receias viver com todas as forças que tens, privando-te assim da felicidade e portanto do desgosto de deixar para trás tudo isto... morrendo."

"Não quero recomeçar... não outra vez. Não para saber que tudo terá um final de novo e de novo um recomeço..."

"Somos como a Fénix e invariavelmente renasceremos sempre das cinzas do que deixamos por fazer... por isso filha renasce e sustenta o Mundo pois ele te sustentará a ti"

"Nada me resta Grande Mãe a não ser cumprir o teu pedido uma vez mais..."

"Adeus Christine... que uma vez mais seja feita a minha vontade..."


Shay

Friday, July 27, 2007

O Primeiro Amor




Hoje pensei em tudo aquilo que me move, tudo aquilo que me faz sonhar e sorri.

Sentada na relva de um pequeno jardim, com um cigarro a consumir-se lentamente entre os meus dedos, sentindo a Terra pulsar nas minhas entranhas, observei a vida em meu redor.

Dois pequenos pardais depenicavam-se quem sabe se atirando juras de amor ao vento ou impropérios um ao outro. Um pouco mais ao longe vi uma velhota que em vão tentava conter a energia do neto com comentários gritados, afinal, com um sorriso "Ai este meu neto que é sempre a mesma coisa!".
Em pequenas mesas de madeira dois velhotes jogavam dominó enquanto um grupo de jovens rapazes jogavam à bola. Um deles de súbito estacou como se num repente tivesse encontrado uma parede de vidro. E então vi-a. Uma menina de cabelos louros como o sol que passeava a sua pequena Yorkshyre e parecia nem notar o menino que a fitava extasiado "Artur, olh'à bola! Pa onde é que ele tá a olhar?! Ò Artur!!!"

E o rapaz lá pareceu despertar, mas tornou-se muito mais desajeitado, como se nunca tivesse jogado à bola na sua vida. E lá o via deitar os olhos sempre que podia à menina que circulava pelos canteiros do jardim.

"Um dia... um dia Artur, quando te tornares alto e as tuas feições forem as de um homem. Um dia ela vai saber que tu existes, ela vai olhar para ti e ela irá sorrir de volta."
"Mas ainda falta tanto tempo mãe..."
"Goza a tua idade meu filho, porque o Tempo fugirá de ti como areia por entre os teus dedos e em breve acordarás adulto e quererás tornar a ser criança e o Tempo é criatura teimosa, só anda em frente..."
"Não entendo mãe."
"Pois não, mas um dia vais entender."

Shay


Angel by Sarah McLachlan

Quando não temos palavras...

Wednesday, July 25, 2007

Becas



A imagem não é muito agradável mas trouxe-me doces recordações. Eu explico, tive em tempos de infância uma cadela de seu nome Becas (Rebeca apesar de querer esquecer essa infeliz ideia da minha mãe!).

Esta cadelinha foi a minha companheira de brincadeira, a única companhia de uma filha demasiado única. Posso até dizer que esta menina foi minha irmã. Apesar de toda a gente afirmar o mesmo vou recorrer ao cliché e afirmar que só lhe faltava mesmo falar, pelo menos português.

Desde os meus doze anos até à minha idade adulta que me acompanhou nos bons e nos maus momentos, que chorou e riu comigo. Vi este bicho fazer proezas dignas de uma Lassie. Mas esta cadela tinha uma particularidade. Ainda jovem foi atropelada por um autocarro e perdeu uma das patas dianteiras. No entanto e, felizmente, brindou-nos ainda durante vários anos com a sua vivacidade. Durante muitos anos correu ainda como se tivesse quatro patas e não três (sobretudo quando havia gatos no horizonte!).

O som do seu coxear que ecoava pelo chão coberto de mosaico, ainda hoje ressoa na minha cabeça cada vez que penso nela. E logo me vêm à lembrança aqueles olhos grandes amendoados de pessoa, que nos fitavam como se nos estivessem a ler o pensamento.

Morreu velhinha e com uma vida cheia. Um dia contarei aos meus filhos as histórias da minha irmã Becas.

Já agora... está a chegar o Verão. Infelizmente milhares de animais estão prestes a perder o seu lar e a sua família e a ganhar um bilhete para o abandono. Abandonaria um membro da sua família? Então não abandone o seu animal. E para as pessoas que estão a pensar ficar com um, pensem bem nas implicações e na atenção que um bicho exige. Um filho cresce e sai de casa, um animal dependerá de nós para o resto da sua vida!

Shay

Friday, July 20, 2007

Sem titulo


A chuva cai miudinha

No vale onde descanso,

Cresce o volume do ribeiro manso, colorindo a tarde que adormece.

E as nuvens humedecem as flores silvestres,

Impregnando-as de seiva refrescante.

É a hora em que relembro o meu amante,

O seu perfil etéreo, apaixonante...

E o aroma das estevas,

O desenho das serras,

Dão-me sensações de tal prazer,

Que não quero que a noite desça

E venha amolecer esta paixão

Que sinto dentro de mim.

E gosto de ti terra perfeita

Que mais quererá minh'alma insatisfeita?

Que ambição por algo mais bem feito

Se esconde no meu peito?


Por Fernanda Cordeiro


Obrigado Mãe...

Thursday, July 19, 2007

Memórias Esquecidas




Aos poucos que leram o que escrevi na primeira mensagem peço desculpa tão demorada ausência... não importa. Voltei para lançar de novo mensagens ao vazio tão repleto que é este universo onde escrevo.

Eventualmente um dia teria que falar disto... falar desse vestido intemporal que me persegue em sonhos e me pesa na realidade...
Perguntar-me porque tantas vezes me sinto princesa de conto de fadas e outras tantas demónio de histórias fantasmagóricas...

Gosto de acreditar que não pode ser só isto... a vida não podem ser meia dúzia de acções maioritariamente mecânicas que efectuamos para nos sentir bem e repetir um dia após o outro...


E então canto, choro e grito perante um infinito que me parece nada mais do que um quarto fechado, uma gaiola dourada que me instila uma sensação de falsa harmonia.
Numa falésia na praia deito-me e tento ouvir o choro da Terra, tento perceber o que é ser dominada dia após dia pelo profundo oceano. Sinto a minha Alma fugir do meu corpo e voar, voar sobre um pai a abraçar o seu filho, voar sobre um grupo de amigos que se ri em redor duma mesa de petiscos, voar sobre uma criança feliz no dorso do seu cavalo...


E então regresso, regresso à minha morada mortal. A principio a sensação é de infelicidade de retorno à prisão após uma fuga ilícita. Mas após pestanejar, após os meus olhos se habituarem à escuridão, vejo-te, adormecido de braços estendidos para mim...


E então entendo... amo-te.


Shay

Friday, January 19, 2007

Porque...




O que se escreve no regresso à inocência, quando se redescobre no fundo de um qualquer albúm de fotos aquela fotografia ternurenta de tempos idos, que nos faz sorrir até ao mais profundo amago do nosso ser?

Não sei... todos os dias tento escrever porque ultimamente todos os dias me sinto a regressar a esse estado fetal e puro e, nem que por cinco minutos seja, todos os dias de novo me sinto criança...

Hoje pus-me a pensar... para onde foi aquela vontade de ser missionária, aquela vontade incurável de curar, de acarinhar, de consolar. Desde os meus cinco anos que queria ser médica. Para que paragens fugiu essa vontade, para que canto recondito da minha alma? Que fiz eu com essa vontade que de repente a esqueci e encontrei vocação noutras paragens bem longinquas... o que tem medicina a ver com comércio?

Será que encontrei o meu cantinho, aquele rodapézinho onde nós, particulas de pó minusculas neste gigantesco casarão universal, nos vamos acomodando, instalando, rezando e desejando que nenhum aspirador calamitoso nos sugue dessa quietude?

Se algum de vós tem respostas para estas perguntas dou-vos os parabéns. Eu vou apalpando, sentindo aos poucos esta vitalidade que me palpita nas veias e que sei que mais cedo ou mais tarde terá de explodir...

Enquanto não, gozo as suaves palpitações de uma vida bem mais simples do que nós muitas vezes a queremos fazer parecer...

Não queria ser tão dramática na minha estreia "bloguista", mas ao fim e ao cabo, tudo o que quero é ser humana o suficiente para me conseguir tocar nestas páginas. Espero que vocês o consigam... assim não terá sido em vão.

Shaylara